Há um assunto que me interessa profundamente e que a maioria das pessoas não dá a devida atenção no momento de construir ou reformar uma casa: É a acessibilidade de nossos espaços e ambientes.

Para falar sobre isso, conversei com a colega Renata Mello, arquiteta que trabalha com acessibilidade faz 10 anos e criou o site Desenho Universal  uma rede para troca de informações sobre o assunto e tem também, agora (2014) mais ativa, a página no Facebook  Veja abaixo:

Renata, a palavra Acessibilidade é cada vez mais usada, mas afinal o que ela significa? E qual a sua aplicabilidade em uma residência?

Em termos simples, a acessibilidade busca assegurar condições de uso dos elementos e espaços da arquitetura e da cidade a todas as pessoas com segurança e autonomia, independente de restrições físicas ou sensoriais, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de todos.

Na prática, os profissionais da construção devem utilizar o chamado Desenho Universal para transformar este conceito em realidade. Deve-se observar: a igualdade de uso a todas as pessoas, flexibilidade, uso simples e intuitivo, informações relevantes em destaque, minimização de riscos de acidentes, pouco esforço físico e espaço para aproximação e uso.

Na residência medidas simples podem trazer mais conforto e segurança:

Na entrada de uma casa, por exemplo, recomenda-se a retirada do capacho ou deixá-lo embutido, para não criar desníveis que podem gerar acidentes.

As portas devem ter largura mínima de 0,80m para permitir a passagem de pessoas com carrinho de bebê ou de feira, malas, enfim, atender as situações do dia a dia. Afinal, a vida é dinâmica e a todo o momento as necessidades de uso do espaço podem variar.

As maçanetas das portas devem ser modelo de alavanca, porque mesmo com as mãos ocupadas é possível pressionar com o braço e abri-la.

Acessibilidade… Está na moda, mas o que quer dizer? 1 Acessibilidade… Está na moda, mas o que quer dizer? 2

Fonte da imagem da maçaneta: Linha Duna 2 – www.imab.com.br)

Dentro da casa recomenda-se que todos os ambientes tenham uma área livre que forme uma circunferência de 1,50m para caso de manobras de cadeiras de rodas e que as passagens tenham largura mínima de 0,80m.

As tomadas devem estar em altura e posição que facilite o acesso para idosos e pessoas em cadeira de rodas.

Os móveis devem ser firmes, com cantos arredondados e superfícies sólidas e não transparentes.

A iluminação deve ser muito bem estudada, reforçada nas áreas que exigem maior atenção, como bancadas de cozinha, onde as pessoas usam objetos cortantes, bem como nas escadas.

Acessibilidade… Está na moda, mas o que quer dizer? 3Acessibilidade… Está na moda, mas o que quer dizer? 4

Todos esses recursos buscam ajudar as pessoas nas atividades do dia a dia, evitando acidentes e grandes esforços.

Além disso, é importante pensar a residência como um espaço vivo que deve permitir pequenas alterações ao longo dos anos. Porque com o passar do tempo as pessoas apresentam necessidades diferentes e o espaço físico deve ir se moldando.

Quando não existe essa preocupação, as pessoas por vezes são obrigadas a mudarem de endereço, porque o espaço se tornou inacessível por condições temporárias ou permanentes, prejudicando inclusive a parte psicológica dessas pessoas.

Para conhecer mais profundamente sobre o tema acessem: No Faceboook, a página Desenho Universal ou o site

Agradeço a Renata pela entrevista e espero que todos observem com atenção o respeito à acessibilidade quando construir ou reformar. Afinal, devemos ter ambientes seguros e que nos sirvam e à nossa família e visitantes em qualquer momento ou situação, certo?

5 COMENTÁRIOS

  1. Rosana,
    O resultado final do artigo ficou bacana. Considero muito relevante essa troca de experiências. Todos enriquecem muito!!!
    Grande Abraço

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